DOI: http://dx.doi.org/10.18029/1809-0109/pace.n28p1-25.
RESUMO
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e certamente um dos mais alterados pelas atividades humanas nos últimos séculos. No Piauí existem grandes áreas ricas em biodiversidade e, portanto, conhecer e guardar informações a respeito desta diversidade biológica significativa é necessário para a ampliação do conhecimento científico, além de ferramenta importante nas decisões conservacionistas. Entretanto, as áreas naturais estão sendo perdidas em um ritmo muito acelerado levando com elas muitas espécies à extinção, várias das quais ainda desconhecidas. Uma das mais importantes áreas de tensão ecológica, ou de mosaico de ecótonos, localiza-se na região setentrional do Piauí, pertencente ao bioma Caatinga, que abriga vários tipos de vegetação, razão pela qual, em 1998, quando se fizeram as primeiras propostas de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade do cerrado e pantanal, esta região foi nomeada como Área dos Três Biomas, ainda que o "carrasco" não tenha correspondência com um Bioma próprio, mas como um dos tipos de vegetação "seca" do bioma Caatinga, área esta na qual esta inserido o Parque Nacional de Sete Cidades (PN7C). A herpetofauna e os insetos do bioma Caatinga, enquanto bons bioindicadores, ainda são pouco estudados e os inventários existentes são em geral relativos a levantamentos faunísticos de pequenas áreas, contudo, é consenso entre esses estudos de que o bioma Caatinga não é homogêneo, comportando-se como um mosaico de várias fitofisionomias, com manchas de Cerrado e Carrasco, mormente em nossa região. Esta heterogeneidade de ambientes reflete diretamente na fauna, resultando na presença de comunidades diferentes. O monitoramento da superfície da terra em longa escala de tempo é necessário para descrever a resposta do ecossistema às variabilidades climáticas e antrópicas. Dentre os biomas, a Caatinga é um dos que menos possui estudos científicos. Desta forma, considera-se que seja importante avaliar o comportamento espectral e a taxa de alteração da cobertura vegetal do PN7C e seu entorno. Essas análises serão efetuadas entre os períodos úmidos e secos, em que existam imagens dos satélites Landsat, NOAA, IKONOS, MODIS e Hyperion disponíveis, e seja possível identificar as variações no comportamento espectral e na fração da cobertura da vegetação, como decorrência de ações de origem antrópica local e regional. A avaliação das condições ambientais é um instrumento fundamental para o processo de planejamento e gestão de áreas protegidas. Assim, é importante discutir o uso e ocupação do solo, que pode alterar tanto a biomassa como a biodiversidade dos ecossistemas. Assim, faz-se necessário realizar inventários florístico-fitossociológicos e faunísticos (répteis, anfíbios e insetos), sempre georreferenciados, nas áreas de entorno do PN7C e em municípios da Área 110; comparar os levantamentos de dentro e de fora do Parque quanto à efetividade/status do posicionamento ecológico (em plantas, o posicionamento fitossociológico) de espécies e populações vegetais e animais comuns; selecionar as espécies endêmicas, ameaçadas e raras, bem como as que apresentam "deficiência de dados", a partir das observações de campo, pesquisa bibliográfica e sondagem junto às comunidades humanas do entorno, para a construção da Lista (Oficial) da Biota Ameaçada com base em critérios da IUCN; oferecer subsídios para a elaboração de estratégias de gerenciamento que possam garantir a preservação, uso e/ou manejo das áreas em questão, inclusive no que diz respeito ao estabelecimento de parcerias com a iniciativa privada no âmbito do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Os levantamentos fitossociológicos serão feitos com base no MCP e PAFM. O herbário de referência e o FLORACENE serão informatizados e compilados, respectivamente. Para a herpetofauna será realizada uma amostragem para cada área selecionada, com utilização de PLT, PEst, EO, CT e PEsc. Na entomologia serão utilizadas armadilhas luminosas, etanólicas, caça-moscas e pitfall, além de redes entomológicas. Por fim para o mapeamento serão utilizados os "softwares" Arc Gis 9.3, Erdas 9.3. e os que são "livres" e de uso corrente.
Palavras-chave: BIOSETE, Ecótonos Cerrado/Caatinga/Carrasco, Complexo de Campo Maior.
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